segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dos males o menor?

Bom, nada melhor que um trabalho novo para renovar as energias. Novidade sempre dá um ânimo diferente. Então, vamos lá, porque afinal, alguma coisa aconteceu para me deixar pra lá do meio.

Segundo dia de trabalho: ia encontrar com minha diretora para entrevistar pessoas que poderiam virar depoentes para a próxima novela do Manoel Carlos, Viver a Vida, chiquérrimo.

Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio de Janeiro, 15h, aquele calor básico e nada de encontrar o tal do número da Instituição. Afinal, eu, sortuda que só, saltei longe apostando ser mais perto. Continuando. Consegui achar meu querido celular (especialmente querido como nenhum outro jamais fora) dentro da minha bolsa enorme com as minhas mãos completamente ocupadas com pastas e papéis, com números, nomes, endereços e etc. Melhor que achar meu celular, foi achar o telefone da minha chefe anotado em um destes mil papéis. 15h15...Ai meu Deus! Meu segundo dia!

- Alô? Zezé...? Sou e.............. pipipipipi

Sim. Dois trombadinhas (será que alguém relacionado aos direitos humanos vai reclamar da minha denominação?), ou melhor, dois meninos moradores de rua me empurraram e levaram meu celular. Não só meu celular, como meus óculos. De grau, queridos... De grau. Sem os quais eu mal conseguia enxergar os números dos ônibus - sim, meu único meio de locomoção.

Fui possuída por um sentimento muito ruim, fiquei com muita raiva, mas muita, mas muita meeeeesmo. Não, eu não consegui pensar na falta de oportunidades deles e tampouco nas histórias tristes de cada um. Peraí!!! Meu óculos de grau?...

Chorando horrores e pedindo auxílio aos poucos pedestres e vigias que se encontrava nas redondezas, assustados com o meu estado, confesso, consegui chegar ao meu destino.

- Oi, Zezé, desculpa, é que eu fui...

- Assaltada. Imaginei. Mas tá tudo bem?

Sim, estava tudo bem. Afinal, eu não tinha me machucado e nem tive uma arma apontada para mim. Dos males, o menor, como dizem por aí...

Bom, como se não bastasse o transtorno, as consequências. Primeiro: ligar para a operadora e cancelar a linha temporariamente. Depois de vinte minutos esperando, a melhor parte: 'Essa ligação irá gerar um protocolo que será enviado para o seu celular via sms no prazo de 24 horas. PARA O MEU CELULAR??? QUAL CELULAR??? SE EU ESCOLHI A OPÇÃO PARA REGISTRAR A PERDA OU ROUBO DO CELULAR??? Aff...haja paciência.

Segundo: ir a Delegacia fazer um Boletim de ocorrência.

-Bom dia.
-Bom dia, senhora. (Senhora???Enfim...)
-Eu gostaria de registrar uma ocorrência, roubaram meu celular e meu óculos.
-Seu nome, por favor?
-Caroline blablabla...
-Sua profissão?
-Jornalista.
-Formada?
-Que diferença faz isso agora minha filha? Nem diploma você precisa ter mais.

Até ela poderia responder para mim: sou jornalista. Até os meninos que me roubaram.

Não que eu não vá dar valor ao meu diploma. Darei. E muito. Mas por favor, né?

Depois de esperar horas na delegacia, consegui, com muito custo - pois até tentar fazer reconhecimento eles me colocaram para fazer - consegui.

Reconhecimento? Nem que eu fosse uma ótima fisionomista, né?

Agora me diz: dá para não ficar prá lá do meio?

Carol

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